quarta-feira, 20 de abril de 2016

Prefiro ser essa metamorfose ambulante

“Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” Raul Seixas

     
      Estive durante muito tempo ausente deste meu espaço de expressão, e lhes confesso senti muita falta em partilhar pensamentos. Todo este período em que estive ausente, me permiti vivenciar experiências o que acredito poder contribuir muito para os próximos artigos.
      
         Relendo os artigos anteriores percebo o quanto ampliei a visão em relação alguns assuntos, o que me faz perceber e sentir um significativo enriquecimento psicológico e emocional, pois querendo ou não a própria vida nos impulsiona as transformações da consciência.
       
      Muitas vezes untados de vaidade, ego, medo, insegurança, carência, entre outros, não percebemos, mas retardamos em muito nosso auto conhecimento, quem nunca insistiu em uma relação afetiva falida por medo de ficar sozinho, ou por buscar incansavelmente alguém para nos completar? E ainda, quem nunca ficou extremamente magoada com a opinião de alguém, ou pior não realizou algo na vida, preocupado com o que os outros diriam?
     
    Vivemos, experimentamos e a cada relacionamento frustrado, temos o seguinte discurso;  que o outro não foi digno do amor doado, não foi honesto, era ciumento demais, possessivo, meloso, não dava a atenção,  não se doou completamente na relação, cômico, não entendemos que a vida nos move para transformar e que o outro não está mais lá, porque também está se transformando,  e que não cabemos mais, então vivemos o luto do amor rompido, por um período sentimos a raiva, depois vem a frustração e em seguida a caça recomeça, graças,  isto se referindo as pessoas otimistas, porque conheço muitas ostras, que não se permitem novas experiências, e infelizmente perdem mais uma chance de se quebrar e se remendar, afinal este ciclo é extremamente importante para nosso auto conhecimento.

      Depois de muita quebradeira e cola, todo remendado, com bordas e rebarbas, permita a sua consciência uma viagem para dentro de si, onde verá coisas ruins, que te incomodará muito, confesso que não é fácil olhar visceralmente para nossos defeitos, falhas, fraquezas, medos, apegos, carências, e descobrir que tudo aquilo que fizemos e sofremos foi culpa nossa, pura ignorância, decorrente do auto abandono, do auto cuidado, mas não se assuste, isto é libertador.
     
      Descobrirá que se amar e se valorizar, não significa ir para academia, comprar roupas novas, buscar uma nova relação, isso é secundário, a questão primária está na força individual, nossa força plena, que no decorrer do processo da vida, demos aos outros, entenderemos claramente o quanto compramos ideias que não nos cabe, o quanto fomos passivos e omissos com nossas vontades, e diante de nossa força olhar para cada aspecto de nossa vida analisando, entendendo e principalmente perdoando, porque ao fazê-lo estaremos nos perdoando, nos livrando de culpa, rancor, mágoa e qualquer outro sentimento que não aqueça nossa alma.
        
        Em futuras relações amorosas, familiares, profissionais, e pessoais estaremos mais cheios si, poderosos, com atitudes e condutas mais maduras, conscientes, vivendo o que a vida tem de melhor com sabedoria. Poderemos estar só ou acompanhado, porém daremos conta de nos sustentar na emoção, enfrentaremos os desafios com otimismo e teremos força para se alimentar de linguiça sem ter a necessidade afetiva de levar o porco junto, isto não é fantástico?


Fiquemos na luz, abraço fraterno

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