Tentar consertar ao invés de trocar
"....Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu prá você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais
Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar (não adianta não)
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim..." (musica Esotérico - Gilberto Gil)
Queridos amigos, vivemos o período dos Amores líquidos ( Zygmunt Bauman), onde as relações afetivas e amorosas são descartadas rapidamente quando não mais interessam, lamentável, pois atribuo a este comportamento o enorme vazio afetivo que preenche o individuo moderno.
Um casal unidos a mais de 50 anos foi questionado sobre a receita para uma união tão longínqua. A resposta foi.
- Na nossa época meu filho quando algo se quebrava a gente consertava, hoje as pessoas trocam.
Utilizo-me desta canção linda para refletir sobre este descarte e lhes faço uma pergunta. Não estaríamos tratando de sentimentos e pessoas como se fossem eletrodomésticos?
Me permito viver, compartilhar e experimentar as relações afetivas, com conhecimento de causa confesso que não são fáceis. As necessidades e expectativas do outro podem não permanecer na mesma intensidade que a sua, o que gera dor diante do rompimento. Mais tenho minha consciência tranquila pois fiz na maioria delas tudo que pude antes de descartar ou ser descartado.
Aqueles que estão envolvidos em uma relação afetiva onde existe o gostar, carinho, respeito, admiração, atentem para a necessidade de diálogo, paciência e compreensão. Acredito que um, que dois, que dez, que dez e milhões, todos iguais.
Pensar na possibilidade de descarte é assumir a incapacidade de entender sua relação com você e com o outro, e que ao trocar perceberá que não evoluiu apenas prorrogou.
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