sábado, 3 de novembro de 2012


A crise dos 30

      O ser humano desde sua formação ainda no útero, passa por transformações ininterruptas, no momento em que a consciência ainda não está totalmente formada, seu subconsciente se encarrega de gravar as informações, gestos como carinho, afeto, aceitação, rejeição, todos estes sentimentos são armazenados e apesar de não precisarmos lidar com eles agora, seus registros não se apagaram, e num segundo momento eles podem vir a tona.

      Na fase da adolescência, com as dezenas de descobertas que temos como, sexo, drogas e rock in roll, nos imaginamos distantes da morte, daí o momento em que o indivíduo vai exercitar sua liberdade plena na vida, mais ele ainda é muito imaturo pra perceber e valorizar este momento, por este motivo muitos não conseguem ultrapassar esta fase, e acabam morrendo vitimas de acidentes de transito, ou nas garras cruéis da criminalidade.

      Na fase adulta, o trabalho, estudo e a competitividade vão estar eminente, as oportunidades são maiores, e seguindo a cronologia familiar, quase que extinta nos dias atuais, para muitos é momento de casar-se, estabelecer uma família, ter filhos, progredir na carreira, enquanto pra outros o momento ainda continuara sendo de beber, cair e levantar, pegar sem se apegar, deixar a vida levar, errado? Não, talvez seja apenas uma questão de escolha.

      Ai chegamos onde eu queria, a fase dos 30, momento muito importante, o divisor de águas, é neste momento da vida em que o indivíduo irá fazer uma retrospectiva, uma análise profunda, gerando então uma crise, pois ele já não vê a morte tão distante, o corpo muitas vezes já não permite grandes extravagâncias, as oportunidades de carreira e sucesso são restritas, pra mulher sem filho e sem companheiro, isto é quase uma sentença de morte.

      Os que casaram, irão fazer uma análise em relação as conquistas, a estrutura familiar de forma geral, companheira (o), filhos, emprego, muitas vezes se sentem presos, pois já não andam mais sozinhos, não se permitem arriscar-se, afinal diante da situação necessitam como nunca estarem seguros e verão o solteiro como um felizardo, pois ainda livre, se permitem curtir a vida, sair nas baladas e pegar geral, vivem com menos responsabilidades uma vez que não possuem família, já os solteiros num primeiro momento sentirão culpa, uma sensação de fracasso, isto piora se ainda morar com os pais, estiver num emprego ganhando apenas para sub-existência, se não foi pai ou mãe mesmo que independentes.

      Em qualquer crise que passamos na vida, é importante perceber que se estivéssemos completos ela não existiria, algo levanta o questionamento e com isso gera o desconforto, a dúvida, a culpa, a frustração, é momento de refletir, reorganizar vida, refazer planos, positivar todos os pensamentos que nos empurram para baixo. Será que realmente estamos nesta situação porque escolhemos? Acredito que muitas pessoas não encontraram uma pessoa interessante a ponto de casar-se, ou não quis dar tal passo na vida, ou não encontrou o emprego dos sonhos, ou não teve a oportunidade de concluir um curso que lhe agradasse na faculdade, ou não teve condições financeiras ou familiares para ter um imóvel próprio ou teve e não quis deixar o conforto do lar, muitas podem ser as opções mais por mais confortáveis e justificadas que sejam, o questionamento vai acontecer.

      O importante é que esta crise não passará de 365 dias, pois ao completar 31 anos perceberá que a próxima só vira daqui 10, e que até lá muita coisa vai rolar. Daqui a 4 anos eu escreverei sobre a crise dos 40, abraço fraterno a todos.

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